Sex | 15.05.15
A verdade sobre o colesterol
Sara Isidoro
Pratico exercício físico com regularidade e tenho uma alimentação equílibrada, o valor total do meu colesterol é de 220 mg/dl, considerado pela American Heart Association como borderline - alto risco. Deverei estar preocupada? Alterar a minha alimentação? Praticar ainda mais exercício? Não. Vejamos o porquê:- O valor do meu colesterol HDL (comum colesterol “bom”) é de 90 mg/dl, que está bastante acima dos 60 mg/dl, o que confere alguma proteção contra as doenças cardíacas.
- O valor LDL ( chamado de colesterol “mau”) é de 110 mg/dl o que significa que estou bastante perto do nível optimo (100 mg/dl) e muito abaixo de níveis “perigosos”. Apesar de comumente o colesterol LDL ter uma conotação negativa, este é dividido em dois tipos: LDL-A (inofensivo) e LDL-B (que poderá ser perigoso pois causa inflamação, placa e possível desenvolvimento de doenças cardíacas).
- Os triglicéridos estão bastante abaixo dos "perigosos" 150 mg/dl, com 100 mg/dl.
- O colesterol é necessário na nossa alimentação para que o nosso corpo produza hormonas, vitamina D e regule funções cognitivas, celulares e muito mais.
- A doença cardiaca é causada pela inflamação! Esta inflamação é causada em grande parte pelo açúcar que ingerimos e não maioritariamente pelas gorduras ou colesterol presente nos alimentos.
- O nosso corpo controla a produção de colesterol tendo em conta as quantidades ingeridas – a boa notícias é que individuos saudáveis podem comer ovos diariamente!
- As estatinas (fármacos usados para diminuir o colesterol) não apresentam um papel importante como prevenção primária em individuos sem antecedentes – reduzindo apenas o risco de ataque de coração de 3-4% para 2%* no entanto, parecem ajudar bastante quem têm historial de problemas cardíacos.
- Apesar de poderem ser benéficas, as estatinas produzem também efeitos negativos, como: afectam a produção de energia nos músculos**, criando dores musculares e dificultando a prática de exercício físico e aumentam o risco de diabetes (principalmente em mulheres na pós-menopausa)***.
- O uso do indicador colesterol total como preditor do risco de doenças cardiacas já foi describidilizado em vários estudos. Em 2008 foi publicado um estudo efectuado em 136,905 pacientes hospitalizados (devido a ataque cardiaco) que demonstrou que 75% destes não estavam dentro do pantamar “alto risco” quanto aos seus niveis de colesterol****.
- Outro estudo publicado no New Englad Journal of Medicine demonstrou que alguns fármacos que diminuíam os valores de LDL não diminuiam a placa acumulada nas arterias*****.
Resumindo: a prevenção de doenças coronárias deverá ser feita através de uma alimentação saudável e equilibrada, com o mínimo de gorduras trans e açúcares possível, prática regular de exercício físico, exposição solar q.b., descanso/sono suficiente e, se necessário, suplementação.